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29 de nov. de 2010

Ciúme e posse são a mesma coisa?
Sem dúvida, são irmãos. Mas, nascem de psicodinâmicas diferentes.
Ciúme é touro, posse é escorpião.
Ciúme é: “eu vi primeiro e ninguém tasca!”
Posse é domínio.
No ciúme, eu sou dono do corpo do outro e me mordo, enlouqueço, se alguém quer pegar só um pedacinho.
Na posse eu sou dono da vida do outro e fico louco se algo foge ao meu controle.
Ambos são territoriais. O ciumento sofre pelo passado, presente e futuro do parceiro. Por quem ele já beijou e por quem ele imagina que o outro beijaria.
O possessivo precisa sentir que domina seu território, sabe os horários e costumes do parceiro. Que horas chega, sai, dorme e come.
O ciumento acha que todo mundo tá olhando pro amor dele. É vítima da sua própria imaginação.
O possessivo só começa a ficar nervoso se algo foge do seu script. 15 Minutos de atraso é o tempo limite para o possessivo segurar a onda. Se o cara sempre chega da pelada as 10, Cacete! São10:30 e ele ainda não aparceu? É o início de um furacão e o outro vai sofrer as conseqüências.
Ela anda de um lado pro outro, parece tigre enjaulado. Olha o celular a cada 10 segundos e começa a torcer em segredo pra alguma coisa ter acontecido que justifique esse FDP, não ter aparecido até agora!
O ciumento pega pelo braço, chora, faz escândalo. Perde a linha, se humilha.
O Possessivo é frio, vingativo, estrategista. A dor que ele sentiu por se perceber fora do controle será repassada para o parceiro com juros e correção monetária.
Não acredito que ciúme seja amor. Quem ama cuida, não quer pra si. Porém, não recrimino. Num certo grau acho até gostoso. Acredito que se eu sou capaz de amar alguém assim, outra pessoa também será, e isso mantém minha relação aquecida.
Se o ciumento encontra pela frente algum inseguro que se alimenta de seu ciúme, tá feita a desgraça! Aí se estabelece a tal relação sado-masoquista, onde um se alimenta da dor do outro. Nesse caso deixa de ser relação, vira doença.
Ciúme e possessividade, ministrados com grau de liberdade, pode ser bacana, mas se for mal medido, sufoca o amor. Uma pegada mais forte no braço, pra dar uma situada na moça que tá muito soltinha na pista de dança, pode ser engraçado, mas se o cara ficar nessa paranóia a noite toda estraga a festa, né? E se isso se repete em toda a festa, o que azeda é a relação.
É a tal da pimenta, na medida é uma delícia, colocar demais, estraga o prato!

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